Wednesday, January 30, 2008

Um conto de Ficção

Olá.

Como se nota, estou sem postar há um tempo.


É que venho cuidando da tradução de uma estória a ser publicada no site A Broca Literária no dia 15 de fevereiro, além de outro projeto pessoal.

Enviei também, a este mesmo zine, um conto de ficção escrito em 2001, elaborado originalmente para um concurso de roteiristas que acabou cancelado. Chama-se Aconteceu num dia Quente de Verão. Quem quiser lê-lo, basta clicar
aqui.


Até breve (mesmo) e boa leitura.


Thursday, January 17, 2008

Urubu na área



Há vezes em que sequer precisamos recorrer à mídia para descobrir fatos estranhos, inusitados, incomuns. Tirei uma horinha da tarde de ontem para dar uma caminhada em frente à praia próxima de onde moro, não muito recomendável a banhistas nos tempos atuais, embora um doido ou outro teime em usufruir suas águas turvas. Em meio à calmaria local, eis que avisto um sujeito sem camisa acompanhado de duas aves negras de rapina, que andavam (isso mesmo, "andavam") a seu lado e brincavam como dois cãezinhos de estimação enquanto ele as alimentava com carne crua e falava com ambas. Perguntei-me se os bichos eram mesmo o que imaginei que fossem, cocei a cabeça, olhei de novo, e sim, eu estava diante de dois Urubus dóceis e domesticados. Aproximei-me do dono e indaguei sobre os bichos, cujas asas não haviam sido cortadas, como muitos aqui poderiam imaginar. Foram criados e alimentados desde bebês e passavam a maior parte do dia num viveiro, sendo soltos para "voar por aí" durante a tarde, retornando sempre ao lar por conta própria na parte da noite. Não fui o único a parar o que fazia e observar a amistosa relação do trio: atração imediata naquele pedaço de praia. Confesso também que jamais havia prestado atenção ao som emitido pela espécie até então. "Cadê a máquina fotográfica quando precisamos dela?", pensei. Urubus de estimação podem até ser comuns em outras partes do país ou do mundo, não sei. Por aqui, é coisa rara, ou pelo menos me pareceu, pelo número de curiosos em volta.


Saturday, January 12, 2008

Jerry Seinfeld perde a linha com Larry King



Para quem não sabe, Jerry Seinfeld é um comediante novaiorquino de "Stand Up" que criou e protagonizou o "sitcom" de maior sucesso na história da TV americana, tornando-se milionário e mundialmente conhecido. Sua série durou nove anos e só saiu do ar porque o ator quis encerrá-la durante o ápice, em 1998, antes que sua fórmula se deteriorasse, o que poderia prejudicar seu legado no futuro. Passados quase dez anos desde então, Seinfeld continuou trabalhando no palco com "stand-up" mas pouco fez para a TV e o cinema e, por isso, sua aura de superstar sofreu um natural desgaste, desgaste este, aliás, nem sempre bem assimilado por quem se acostumou a estar no topo do mundo e da consciencia das pessoas.

Em entrevista recente ao "Talk Show" de Larry King, Seinfeld mostrou-se extremamente ofendido ao perceber que Larry tinha dúvidas sobre seu programa ter sido ou não cancelado pela NBC. Meses após o vexame antológico do colega Michael Richards, foi a vez de Jerry Seinfeld mostrar que humildade, espírito esportivo e serenidade para lidar com o "pós-fama" não são seu forte.

Segue então um trecho da entrevista original, cujo foco seria o filme "Bee movie", do qual Jerry participa como protagonista. A tradução para o português das falas de Larry e Seinfeld vem logo abaixo do vídeo, acompanhadas de pequenas descrições e comentários entre parênteses. Perdoem-me por qualquer falha com uma palavrinha ou outra. Todas as falas e frases relevantes da entrevista estão traduzidas na íntegra.



Larry King - Durou quanto (referindo-se ao tempo de duração da série Seinfeld enquanto esteve no ar)?

Jerry Seinfeld - 9 anos, 180 episódios.

Larry - Você desistiu, certo?

Jerry - Desisti.

Larry (falando de modo hesitante) - Eles não te cancelaram... Você os cancelou...

Jerry (com ar de resignação e surpresa depois de fazer uma pausa indignada) - Você não sabia disso?


Larry - Não. Eu estou lhe perguntando.

Jerry - Acha que eu fui cancelado? Você está sob a impressão de que eu fui cancelado?

Larry - Eu, tipo... por acaso te magoei, Jerry?

Jerry - Eu pensei que isso estivesse muito bem documentado... isso... Isso aqui ainda é a CNN?

(Pequeno corte)

Jerry - Eu era o show NÚMERO 1 da televisão, Larry!

Larry - Você sempre...?

Jerry - VOCÊ SABE QUEM EU SOU??? (risos amarelos)

Larry (dá uma risada embaraçosa) - Judeu! Brooklyn!

Jerry - Sim!

Larry - Ok!

Jerry (enfatizando) - 75 milhões de espectadores! Último episódio!

Larry - Ok! Ei! Não fique tão ofendido!

Jerry - Ma... Mas existe uma grande diferença entre ser cancelado e ser o número um.

Larry (já perdendo a linha) - Ok! Me desculpe!

(Jerry ri sarcasticamente)

Larry (dirigindo-se ao público) - Voltaremos em seguida...

Jerry - por Deus...!

Larry - "Bee Movie" estréia...


(Jerry, ainda resignado, volta a rir, interrompendo Larry)

Larry - "Bee Movie" estréia...

Jerry - Alguém poderia arrumar um currículo aqui para mim?

Larry - "Bee Movie" estréia amanhã.

Jerry - Para que o Larry possa dar uma olhada?

Larry (que chama a atenção de Seinfeld, mas de modo educado) - Ei! Ops! Psiu! Voltamos em seguida!




Alguns ótimos comentários (em inglês) sobre Seinfeld e a polêmica entrevista, você encontra neste vídeo extraído de outro programa.

Há também quem considere tudo isso uma grande farsa para promover o filme. Será? Tudo é possível e "válido" na guerra do showbizz.


Saturday, January 05, 2008

As novas "guerras video-game"



Há dezessete anos, quando Don Bush I ordenou que tropas americanas e uma coalisão de nações expulsassem Saddam Hussein do Kwait, popularizou-se um jargão que por muito tempo não sairia da boca de quem acompanhou via CNN os "bombardeiros cirúrgicos" e demais imagens eletronicamente geradas para ilustrar mundo afora as ações ocorridas na "Guerra do golfo". Uma fusão entre desenvolvimento tecnológico de aparatos bélicos, filtragem e manipulação do conteúdo divulgado, ausência de imagens vívidas do conflito - até por que muito do que se conseguiu captar ocorreu na escuridão e bem longe do alcance das câmeras - , gerou um senso, às vezes até correto, mas quase sempre equivocado, de um novo conceito de guerra. Uma guerra mais "virtual" do que real aos olhos dos combatentes e, principalmente, do público, uma "distância eletrônica" entre protagonistas então mediados inteiramente por satélites, imagens de computador, óculos noturnos, estatísticas e robôs inteligentes, estes sim responsáveis pelo sujo trabalho de "ver" e "tocar" o conflito. A nós e ao "soldado do futuro", restariam os pixels de uma batalha quase irreal, mais limpa, precisa, moralmente correta e, de certa maneira, sem a aura mística macabra de caos, drama e grandiosidade que as guerras clássicas sempre tiveram. Quando alguém queria se desfazer deste capítulo da história dos conflitos como uma "guerra de verdade", chamava logo de GUERRA VIDEO-GAME, e assim cresceu o jargão, que se revelaria mais falácia que realidade nos confrontos subseqüentes onde os reis yankees da tecnologia perfeita resolvessem se meter, leia-se Somália e Iraque. Provou-se, portanto, que as guerras ainda são o que sempre foram, embora as Guerras Video-Game, estas sim, venham mudando dramaticamente nos últimos anos com o furiosíssimo avanço de consoles, "engines" e recursos eletrônicos do meio virtual. Hoje, a tecnologia evolui mais rápido no mundo cibernético do que no meio militar. Se a realidade dos conflitos armados ainda está longe de ser intitulada virtual, os combates dos video-games mostram sinais de que não demorarão a se sincronizar com a realidade e as superproduções hollywoodianas. Atores e figurantes que se cuidem! GUERRA VIDEO-GAME ganhou um novo significado.



Dois jogos interessantíssimos atrairam minha atenção no youtube recentemente. Medieval Total War 2 e Army Assault, o primeiro, parte da série TOTAL WAR, é um game de estratégia que simula campanhas militares desde a idade das trevas até o período das expansões marítimas, contando com complexísimos recursos que, se bem utilizados, permitem ao usuário reconstituir batalhas históricas com um bom nível de acuidade, apesar dos eventuais "bugs" e problemas típicos de um software ainda em desenvolvimento. Seu antecessor, Rome Total War, foi inclusive utilizado como instrumento em documentários para descrever grandes batalhas da antiguidade. Não é por menos. Assista a este vídeo obtido a partir do jogo e veja se os games já não estão virando algo mais do que pixels sem graça, números e estatísticas.



ARMY ASSAULT impressiona pelo realismo da movimentação dos combatentes e pela qualidade gráfica. Em determinados instantes somos levados a associar cenas do jogo com as de uma guerra real. Confira se o conflito abaixo não poderia estar sendo realizado nas ruas de Bagdá ou outra cidade do oriente médio.



Estes e mais vídeos gerados a partir de "Medieval Total War 2" e "Armed Assault" podem ser obtidos por este link, ou baixados em melhor resolução, neste site da rede.