Thursday, July 23, 2009

Cenas que você perdeu - A vida de Brian


Neste episódio de Cenas que vocês perdeu, mostraremos três achados do youtube relacionados a uma das grandes comédias de todos os tempos: o segundo filme de Monty Python, A vida de Brian. Trechos cortados da edição final que poderiam dar uma cara diferente ao filme, caso tivessem sido incluídos.

Cena 1 - Esquadrão suicida de judeus nazistas

O esquadrão suicida do "Jewish People´s Front", que aparece quase no fim do longa enquanto Brian está na cruz, tinha um perfil diferente na versão editada, aparecendo ainda antes, à procura do "líder". Este "bem treinado" pelotão é comandado por Otto, um judeu que lembra Adolf Hitler nos trejeitos e ideais de um judaísmo "puro" livre de ciganos e outras "raças inferiores". Ele usa um elmo que é na verdade um capacete alemão da primeira guerra com o formato cumbuca e a seta apontada para cima, além de um símbolo que mistura a suástica com a estrela de David. Confira a cena na íntegra e seu desfecho hilário.



Cena 2 - O sinal

Brian está a caminho da crucificação e Judith envia o sinal que o esquadrão suicida de Otto tanto esperava na cena anterior.



Cena 3 - Os "outros" três reis magos

Três pastores se sentam diante de um rebanho e confabulam sobre como adoram ovelhas (confesso que não entendi boa parte desse diálogo, pelo menos até o ponto em que falam de gatos). Nisso, ouvem um barulho e, imaginando tratar-se de um lobo, atiram uma pedra em direção ao som, acertando alguém que está prestes informar sobre um certo evento, de grande importância. Só de sacanagem, esse alguém decide não mais contar, indo atrás de outros pastores.



Cena 4 - Barraca de souvenires

Judith está atrás de Brian para tentar salvá-lo da crucificação e é interrompida por um camelô que lhe oferece souvenires um tanto inoportunos.

Sunday, July 12, 2009

Barrichello - desapontado e sozinho



Rubens Barrichello: outra vez prejudicado pela irregularidade e uma combinação de fatores negativos, desde a presença de Felipe Massa a sua frente, tirando-lhe um segundo e meio por volta em cinco voltas, até o erro com a mangueira nos boxes, que lhe usurpou a chance de um pódio e de um pequeno triunfo moral sobre Jenson Button, apesar das parcas chances reais de brigar pelo título.

Como de costume, o brasileiro reclamou, e, como de costume, foi criticado pela mídia por isso, como se suas palavras fossem meras desculpas para ocultar a própria incompetência. Que Button vem sendo mais rápido e constante que Barrica ao longo da temporada e merecedor da liderança no campeonato, acho que nem o próprio Rubens duvida. A pinimba está em pequenos detalhes de algumas poucas corridas em que Barrichello conseguiu ser melhor que Button e, por uma "combinação de fatores", acabou perdendo a disputa particular com o companheiro de equipe.



Erros de time acontecem. Na Ferrari então, nem se fala. Só que lá se erra para os dois lados. Na Brawn, os tropeços vem muito mais para o brasileiro enquanto o inglês parece contar com uma maravilhosa "combinação de fatores positiva" em corridas onde tudo poderia dar errado e dá certo, o que estende para além do mérito direto a margem de trunfos sobre o companheiro. Na Espanha, houve a tal mudança de estratégia, até agora mal explicada pela equipe, favorecendo Jenson. Em outras provas, erros na escolha de pneus e agora o problema da mangueira. As duas disfunções mecânicas de largada também vieram para o lado de Rubinho e, se isso não me leva a desconfiar de sabotagem, pelo menos me faz pensar numa diferença de tratamento no time, de um "amor pelo trabalho" maior de um lado do que de outro, como já ocorreu em outras épocas, vide McLaren em 2007 e 89 (em favor de Hamilton e Senna), e Williams em 86 e 87 (em favor de Mansell sobre Piquet). São detalhes que podem soar irrelevantes, mas que minam a força de vontade do piloto prejudicado para a corrida seguinte, uma vez que ele percebe que nem quando está melhor que o companheiro, as coisas andam a seu favor. Com o tempo, há o enfraquecimento da esperança, do ímpeto, do tesão competitivo e o espírito de luta cede ao desânimo. Se antes havia uma sensível diferença de capacidade entre um piloto e outro, passa a haver dominância completa de uma parte, como quando Senna passou a vencer Prost sempre e não maioria dos embates, como anteriormente. A força mental do elo mais fraco é quebrada, ele abaixa a cabeça e ambos passam a despender menos energia contra o colega, sossegando em suas condições de primeiro e segundo piloto, para o bem da equipe, que pode apontar todos os esforços contra as outras escuderias.



Ross Brawn se surpreendeu com o desempenho de Button esse ano e admitiu não imaginar até então que o inglês era tão bom. A rápida ascensão de Button no campeonato sobre o companheiro pode ter gerado um senso de preferência para a disputa do título e também de confiança frente à conhecida irregularidade de Rubens.

Outra ascensão, a da RBR, que dá sinais de ser a grande equipe do ano na segunda metade do campeonato, enquanto a Brawn talvez mal consiga se manter como segunda força, faz Ross repensar os esquemas de como obter seu título. Se, de fato, a RBR for bem melhor daqui ao fim da temporada, não haverá mais espaço para dois aspirantes ao caneco, até porque 2009 talvez seja a única chance da Brawn ser um dia campeã do mundo. Para o ano que vem, haverá uma preocupação maior dos outros times com o desenvolvimento dos "marca-texto com rodas" e decerto nenhuma surpresa oriunda de brechas do regulamento como o difusor duplo. Em suma, há grandes possibilidades da Brawn ser uma equipe do segundo escalão em 2010.

Com isso, qualquer possibilidade de favorecimento a Button será bem-vinda a Ross Brawn, para desespero de Rubens, agora mais sozinho do que nunca em sua luta pelo tão sonhado título.

Tem razão em reclamar algumas vezes (como hoje), em outras não. Para Ross, isso é irrelevante, já que ele não pretende colocar em risco o caneco inédito em nome do drama individual de um piloto às portas da aposentadoria. O time está para o time; nesse caso, Button. E Rubens ruminará sozinho outra vez.


Sunday, July 05, 2009

Copa das Confederações - Parte IV



Pode-se dizer que a derrota norte-americana para o Brasil de domingo passado pela Copa das Confederações foi a primeira experiência real dos Estados Unidos com sua seleção de futebol masculino, o primeiro trauma, o primeiro momento em que este país, seus cidadãos comuns, muitos deles pouco interessados ou relacionados com o "soccer", acompanhou a seleção nacional, torceu, desejou ver a nação de John Wayne triunfando no futebol como representante legítimo da auto-estima do país. Vibrou com o "dois a zero" um pouquinho como nosso Brasil na copa de 50 ao se ver pela primeira vez alçado à condição de grande força desse esporte, e lamentou em proporções reduzidas como nós lamentamos ao perder a final do torneio de virada. Não houve mais aquela honra de time pequeno pela respeito conquistado, o "estamos contentes por chegar até aqui". O espírito americano de "não podemos perder" enfim se encontrou com a seleção, e eles quiseram ser os Estados Unidos também no esporte mais popular da terra, mesmo que por um instante. Fãs de longa data do "soccer" no país pararam de torcer para seus times estrangeiros favoritos. Spike Lee parou de torcer pelo Brasil. Quem até então cagava e andava para o time de Donovan e companhia, no mínimo, soube do que acontecia na África do Sul como saberia de uma decisão da NBA, NFL ou Major League Baseball. Até então não havia isso. Talvez houvesse se ganhassem do Brasil em 94 ou da Alemanha em 2002, mas os Estados Unidos só aceitam torcer para seu time de futebol quando ele estiver entre os grandes para então ser chamado de "Estados Unidos". O triunfo sobre a Espanha trouxe esse espírito, que seria, pelo menos na mente ianque, consolidado com uma vitória sobre o Brasil, e David Letterman, Oprah Winfrey e tantos apresentadores, atores, cantores e personagens de seriado que conhecemos há gerações falariam mais de copa do mundo, de seleções de futebol e do Brasil de chuteiras, que parece não existir no planeta dessas celebridades. Sim, tirariam uma baita onda, como quis Aschton Kutcher no Twitter enquanto perdíamos de dois a zero. Seria a nova vitória no Hockey contra a Rússia em 80.

Perderam, para nosso alívio. Mesmo assim, o americano comum sentiu enfim o gostinho de uma "World Cup experience" e aquele desejo genuíno de vencer, de mostrar que seu país "pode", de reverter um trauma de batismo, e se essa coisa seguir como ocorreu aqui em 50, veremos o "gigante americano" se esforçar como jamais fez para integrar o mundo e a história do futebol internacional, como já faz no feminino.