Monday, July 02, 2007

Time bamba de um homem só




Já faz quase um ano que este blog nada menciona sobre o assunto futebol. Passado o fiasco de 2006, fica o legado do erro, que as vezes se mostra pior do que este erro.

Como já cansei de escrever aqui, escapamos dessa sina em 2002 ao vencer a Bélgica nas oitavas de final em uma partida que deveríamos ter perdido em função de um simples erro de escalação. Se Marcos não fizesse apenas um dos milagres que executou, ou se o árbitro validasse o gol legítimo de Wilmots no primeiro tempo, talvez Parreira se visse forçado a mudar o time todo tão logo assumisse o cargo em vez de dar continuidade à geração do penta. Seríamos hexa? Não sei. Certamente não passaríamos pela eliminatória com a facilidade com que passamos.


Hoje, 2007, testemunhamos a repetição do dilema de 90. Faz-se uma faxina nas más lembranças de 2006. Renova-se a todo custo, acreditando no falso folclore de que o futebol brasileiro possui talentos infinitos. Eterna inverdade.


Não acho absurdo ver um Brasil severamente desfalcado nessa copa América, visto que a história se repetiu nas últimas duas edições do evento. O que me aflige talvez esteja mais em certos erros de escalação e posicionamento que não precisavam existir.


Não me lembro de uma seleção brasileira desprovida de cobradores de falta e de penalti. Robinho (confesso não saber se ele bate penaltis com regularidade pelo real madrid, mas sei que isso não lhe ocorre na seleção) olhou para os coleguinhas e viu que ninguém a sua volta se destacava como exímio chutador de penalidade. Pensou em Ronaldo, Ronaldinho, Alex e Rogério Ceni e viu que só tinha ele ali. Assumiu o risco e quase se deu mal. Bateu pessimamente, mas pôde contar com a sorte.

Nossos laterais nos fazem ter saudades da dupla Cafu e Roberto Carlos em seu auge, não a de 2006, já decadente, mas a que brilhou entre 98 e 2004. Gilberto e Maicon estão longe de ostentar o poderio e a presença dos predecessores.

Wagner Love nos traz saudades do Ronaldo magro. Anderson e Elano são esforçados, correm, marcam, cooperam, mas falham no que o futebol brasileiro sempre se destacou: o refinamento com a bola nos pés, o diferencial que faz o Brasil Brasil. Disso, só resta Robinho, possivelmente único a sair por cima entre os amarelos quando este torneio terminar. Aproveitou a ausencia de estrelas para engrandecer seu brilho e presença entre os demais, relembrando-nos do que poderia ter elaborado contra a França se entrasse mais cedo em campo e gerando até elocubrações sobre um futuro como capitão da equipe. Por que não?

Para o treinador Dunga, cujo potencial e visão sempre me agradaram, mas que ainda pagará pela inexperiência no cargo, ficarão as lições, caso continue comandando o Brasil.


texto também publicado no blog Fanáticos por copa



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