Monday, December 22, 2008

Pequenas injustiças



Vi ontem o segundo tempo da final do Mundial Interclubes entre Machester Unided, da Inglaterra, e LDU, do Equador (Lembra? Aquele que ganhou do Fluminense nos penaltis). Foram 45 minutos relativamente equilibrados, com uma leve vantagem do clube europeu, mas um LDU aguerrido resistindo ao status de Zebra e dando trabalho ao arqueiro adversário. O leitor pengunta: E as injustiças, onde ficam? no que respondo: O marcador refletiu o jogo, e o LDU, embora vencido, saiu de cabeça erguida.

As injustiças apontadas por mim tampouco se encontram na vantagem financeira que os clubes europeus ostentam ante os adversários sul-americanos que encontram na final do Interclubes. Sim, pode-se dizer que um time capaz de bancar estrelas internacionais do calibre de Cristiano Ronado e Wayne Rooney, além de outras extraídas do continente-mãe dos pobres oponentes que enfrentarão, tem uma vantagem considerável sobre outro que mal consegue ter atletas "top de linha" de seu próprio país. Vantagem esta contrabaleanceada pela diferença técnica entre os campeonatos europeu e sul-americano de clubes, diretamente proporcional à vantagem anterior, ou seja, obstáculos maiores para os time mais ricos do mundo até os dois jogos (semi-final e final) que decidirão o melhor. Uns acham justo. Outros, não. Para mim, este não é o pior dos males. A vantagem natural do clube europeu (nem sempre provada em campo), serve para aumentar o glamour do desafio aos sul-americanos que entram como azarões e podem saír como heróis.



Minha ressalva vai para outra desvantagem, esta sim, cruel, que o sul-americano quase sempre enfrenta nesta decisão. A ausência de seus principais craques, daquele ou daqueles que haviam sido os diferenciais responsáveis pelo trunfo que os levou à Tóquio. O Manchester que venceu o Chelsea há seis meses tinha seus Ronaldo, Rooney e Van der Saar, como teve no mundial. O LDU não tinha Guerrón, transferido ao Gettafe logo que ganhou notoriedade. Quem viu o LDU na Libertadores sabe a diferença entre esse time sem Guerrón e com Guerrón; sabe o trabalho que este homem deu ao Fluminense e o quanto ele foi importante na hora de desequilibrar situações-chave que fazem toda a diferença do mundo, como aquela entre Ronaldo e Rooney que gerou o gol do título.



É a sina do time pobre que vence aqui, perder seu maestro ou maestros antes mesmo de poder autenticar sua conquista, e raras têm sido as exceções. O LDU de anteontem era como a França sem Zidane. Resistente, lutadora, com conjunto, mas sem a alma; não mais o time que venceu América do México e Fluminense.

Até entendo, mas considero injusto. O campeão do continente, já com as óbvias desvantagens orçamentárias que conhecemos, deveria ao menos poder entrar no mundial do jeito que chegou, como campeão do continente, e não como "o que restou do campeão".

Quanto a eventuais comparações com "trocas" em que os campeões europeus perdem seus craques no intervalo entre a UEFA Champions League e o Mundial Interclubes, sabemos que estes times têm bem mais condições que os sul-americanos de repor imediatamente suas perdas, substituindo um craque perdido por um de igual valor, ou às vezes até dois, coisa que raramente ocorre entre os nossos de modo tão rápido.


3 comments:

Anonymous said...

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Anonymous said...

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Anonymous said...

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