Thursday, August 20, 2009

Geração GI JOE



Se você foi garoto nos anos 80, antes dos videogames e da realidade virtual se sofisticarem a ponto de poder substituir o papel de um brinquedo no imaginário criativo de uma criança ou pré-adolescente (afinal de contas, muitos hoje preferem "simular" futebol em um Pró-evolution Soccer do que em um jogo de botão ou brincar de piloto em um F1 GP 4 a uma pista de autorama), existe uma grande possibilidade de já ter brincado de Comandos em Ação e acompanhado o desenho meia-boca que servia de sustentação publicitária aos bonecos.

Não, não vou gastar parágrafos explicando o que eram esses comandos em ação, que começaram com 30 cm de altura (quando eram chamados Falcon por aqui), e depois ficaram pequenininhos em função da crise do petróleo, ganhando o novo nome. Nos states, foram sempre os "soldados João", ou GI JOE. Mesmo a galera mais nova deve saber do que se trata e, se não, a Wikipedia está aí para isso.



Bom... para mim e muitos moleques da época, os Comandos eram uma brincadeira deliciosa, uma lavagem cerebral belicista muito bem elaborada que pegava a garotada de jeito. Tá certo que muitos de nós já praticavam guerra com armas de plástico, aviões revel e até com os aparentemente pacíficos playmobils, que também disparavam seus rifles, revólveres e canhões. Mas eles não eram páreos para a especificidade, as articulações, o realismo de detalhes e a versatilidade bélica dos GI JOEs. Quando o négócio era guerra moderna, não tinha para nenhum outro boneco.

Hoje, essa galera tem mais de trinta, e há também os mais novos que pegaram os JOEs dos anos noventa, com bem mais personagens, equipamentos e veículos disponíveis. Antes, quem não tinha amigo que ia para os states e não podia importar boneco, improvisava para ter seus Destros, Dukes e Comandante Cobras. Eu mesmo pintei uma Scarlet para virar Baronesa. Vintões, trintões e até quarentões da era Falcon lembram com saudade dos pequenos filmes de guerras que faziam em seus lares, dos mil e um desfechos possíveis para qualquer história, e hoje falam com amor e orgulho dos bonecos que guardaram, venderam, deram ou jogaram na lata do lixo.



Tais personagens ainda existem, os bonequinhos evoluíram para formas mais delgadas e Hasbro e Marvel não pararam de explorar seu filão, que teve novas séries na TV e nos quadrinhos, além de reunir uma convenção anual de aficionados e gerar um filme, sim, um filme, como muitos de nós queríamos há tanto tempo, aliás, talvez não exatamente como muitos de nós queríamos. Décadas passaram, e o cinema high tech videogame se apropriou de nossos queridos personagens, para a tristeza de muitos e alegria de alguns.



Não vi esse filme ainda, e pressinto que detestarei, mas a quem odiou ou odiará o longa-metragem (e a quem gostou), uma notícia agradável. Ano passado, o Adult Swin do Cartoon Network lançou uma pequena série de websódios chamada GI JOE Resolute, talvez uma tentativa de reativar os personagens como feito em He-Man, que teve uma série nova no canal. Infelizmente, esses novos JOEs só conseguiram a websérie, que não chega a ser uma Brastemp também, mas é divertida e conta com armas de fogo de verdade em vez de Lasers, morte de personagens conhecidos e nada de gritinhos "Yo JOE" e "Cobra" (ui!) antes das batalhas. Tivesse seguido como série televisiva, angariaria aprovação de muitos fãs da linha antiga e do desenho antigo, e também gente nova. Para quem ainda não viu, vale a pena conferir os 11 websódios no youtube (assista ao primeiro aqui). Não é a oitava maravilha do mundo, mas vale a pena para quem é ou foi fã dos personagens.



Há também um clipe divertido feito pelo pessoal do Funny or Die, com a presença de atores conhecidos, como Vinnie Jones e Julianne Moore, a Balada GI JOE, que mostra como alguns daqueles famosos personagens seguem com a vida após tantos anos dedicado à combater a organização Cobra.



E além de clipes e afins, a net oferece sites dedicados à série, com
guias dos personagens e dos bonecos e veículos lançado em cada ano desde 82, quando os JOEs ficaram pequenininhos e mais versáteis, até os dias atuais.

Uma curiosidade: Os GI JOEs brancos vendidos nos EUA tinham um tom de pele nitidamente mais claro do que os que eram vendidos aqui. Eu nunca tinha notado isso até ganhar um boneco americano, o Ace, e perceber que ele tinha a pele bem branca e que todos os JOEs americanos brancos eram assim. Os comandos daqui eram mais bronzeados.



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