Thursday, October 16, 2008

Até quando, Dunga?



Não asssisti hoje ao terceiro e último debate entre McCain e Obama, e nas raras vezes em que sintonizei a CNN, vi os dois deliberando os mesmos assuntos do sempre. "Tax Cuts", "Helth Insurance", bla bla, bla....

Fiquei na Globo torcendo para que a seleção brasileira aproveitasse a oportunidade de faturar 3 pontinhos em casa e deslanchasse um pouco na tabela, podendo então perder como sempre faz para o Equador na altitude de Quito sem sair a segunda colocação.

Não deu, aliás, não deu mesmo. O jogo foi terrível e, se tivessem um pouco mais de paciência e soubessem valorizar a posse de bola em vez de dar chutões a esmo cada vez que chegavam perto da grande área, os colombianos poderiam ter saído daqui com uma vitória. Quanto ao Brasil, faltou entrosamento, faltou talento no meio de campo e nas laterais, faltou virada de jogo, passe longo de qualidade, jogada aérea, e sabe-se lá o que mais.

Nosso querido Dunga parece não se importar, por exemplo, em ter um bom cobrador de falta ou de escanteio durante a partida. Talvez para ele as tais jogadas de bola parada não façam muita diferença no placar, ainda que os fatos digam o contrário. Não me lembro de algum dia ter visto uma seleção brasileira que não possuísse um bom cobrador de escanteio e de falta, como nessa nova "era dunga". Em 2006, possuíamos três que sempre brigavam para ver quem batia. Ronaldinho, Juninho e Roberto Carlos. Hoje, a cada ausência de Ronaldinho, precisamos aturar Elano, Julio Baptista ou Pato na função, o que chega a ser uma afronta ao bom senso do torcedor, como também é uma afronta não ver jogadas ensaiadas que compensem essa carência.



Até quando nosso querido Dunga manterá seu esquema de 3 volantes mequetrefes para um elemento criativo no meio-de-campo? Não sou contra a presença de três volantes, desde que pelo menos um ou dois saibam partir com a bola nos pés quando preciso, dar um drible ou um passe, e nosso "trio de ferro" Josué, Elano e Gilberto Silva só sabe mesmo é marcar e correr. Nas laterais, o mesmo problema. Kleber ainda pouco a vontade e Maicon errando nas subidas, errando nas tabelas e nos dribles. Se há um ano esse time de meia-bocas podia compensar sua falta de talento com um certo entrosamento e um jogo coletivo veloz, agora não pode mais, e na individualidade fica muito difícil aos carregadores de piano dessa geração resolverem alguma coisa. Sem laterais, sem homens vindo de trás do meio de campo, sobra para Lúcio e Juan, que além de se sobrecarregarem na defesa, precisam fazer a função dos volantes e subir para o ataque. Não adianta esperar que Kaká, Robinho e Jô resolvam tudo. Além disso, a maneira que Dunga arma o time exige participação ofensiva dos volantes e laterais coordenados. Se não tem, fica difícil. A incapacidade de se fazer lançamentos longos que sobrevoem as tais "linhas de quatro" e deixem Joãozinho e Miguelito na cara do gol é flagrante a ponto de me fazer odiar Juninho Pernambucano e Zé Roberto por terem virado as costas à seleção numa época em que seriam tão necessários. Culpa de 2006, onde tivemos fartura, mas não sensatez, e mágoas ficaram nos que queriam e podiam jogar sério. A nova "era Dunga" está pagando o preço.



Sobre Ronaldinho, ok, está fora de forma e tal, mas não dava para colocar no banco? Ora essa, ele jogou mal contra o Chile, mas alguém lembra do primeiro gol? Foi de falta, não? Uma cobrança bem executada na cabeça de Luis Fabiano e "ops", "gol", não? Pois é! Quem é que vai bater as faltas agora, Dunga? O Elano? Pelamordedeus!

Li num site uma declaração de nosso técnico: "Diferentemente de antes, estamos ganhando jogos fora de casa". Não é bem assim, Dunga. Nas eliminatórias para 2002 e 2006, vencemos, ao longo do primeiro turno da competição, duas partidas entre de cinco disputadas fora de casa, exatamente como agora, e até que você ganhe um terceiro jogo em solo adversário no segundo turno, o que espero e torço que consiga, não pode alegar que fez melhor do que Parreira ou Luxemburgo nas gestões anteriores. Nosso segundo lugar na tabela se deve mais aos tropeços dos adversários do que a méritos próprios. De bom, pelo lado canarinho, só a linha final da defesa, Juan, Lúcio e Julio Cesar, o verdadeiro "trio de ferro" a evitar que repressa estoure. No mais, muito "lero-lero" e pouco futebol. Até quando?




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