Friday, November 21, 2008

Os 10 horrores da sala de cinema



Pegarei carona em um dos memes recentemente postados por nosso colega Vulgo Dudu do blog Cinéfilo, Eu?.

O meme em questão consiste em apontar, na opinião do blogueiro, quais foram os 10 piores filmes por ele já vistos em sua história de espectador. Confesso: fazer uma lista dos 10 piores não é fácil. O número de abacaxis que trespassa meu raciocínio é infinito, e acaba sendo necessário criar algum parâmetro, mesmo que incoerente e ininteligivelmente subjetivo, para justificar as escolhas. Deixei de lado aqueles filmes inocentes, já feitos para ser uma porcaria, reconhecidos como tal e ganhar reprise no "Cinema em Casa". Refleti e conclui que optaria, entre tantas, pelas produções que mais me desapontaram, pelos mais pretensiosos (em alguns casos, até nocivos), por filmes que carregavam uma marca de time grande e jogaram como timinho, ou por casos em que meu horror ante a falta de qualidade foi tanto a ponto de não haver modo de não mencionar a causa, independentemente dos porquês ou de haver porquês. Meu principal parâmetro foi a experiência individual, emocional, inominável. Ainda assim, procurei colocar ao lado de cada escolhido, uma justificativa, o provável motivo que o fez constar em minha lista de traumas, decepções ou mero desprezo cinematográfico.


Seguem os 10 horrores:


1 - Independence Day - Um de meus primeiros mega-desapontamentos com o cinema de ação estadunidense. Devo lembrar que este filme foi lançado ainda no fim da minha adolescência, período em que meu olhar crítico para com Hollywood estava pouco desenvolvido. Pelos comerciais, eu esperava um novo Star Wars, algo grande que marcaria a história do gênero por décadas e me deparo com um roteiro com QI de ameba. "Vírus de computador"? Valha-me Deus! O cara desenvolve um virus em um computador "made in terra" para infectar um sistema de processamento de dados alienígena que ele nem conhece? E o Will Smith aprendendo a pilotar o caça alien em um minuto, simplesmente virando o papelzinho de cabeça para baixo? Independence Day não entrou para o currículo do gênero pela porta da frente como se esperava. Virou apenas um entre infindáveis "trash movies" involuntários de mau gosto e orçamento gigante que marcaram Hollywood.

2 - Pearl Harbor - Outro Trash da linha do Independence Day. Dessa vez, claro, eu estava mais vacinado quando em contato com o "virus". Pearl harbor é uma tentativa patética de juntar a fórmula "high budget - mela cueca" de "Titanic" com a receita patriótico-mitológica de produções como "Resgate do Soldado Ryan". O resultado é bizonho. Um filme careta, idiota, com personagens cheios de certezas burras e frases feitas como se pudessem, a cada momento, sintetizar o drama de situações complexíssimas com meia dúzia de palavras. Cinema reducionista em seu estado bruto, Pearl Harbor é uma das grandes decepções da história da sétima arte. Algumas cenas de ação até chegam a ensaiar algo empolgante, mas depois frustram, descambando para uma inverossimilhança demasiadamente forçada e maniqueísta.

3 - As Panteras Detonando - Seu predecessor, "As Panteras", encabeçou a primeira leva dos "Filhotes de Matrix" que dominariam uma parte significtiva do gênero ação nos anos seguintes, um "cinema-videogame" photoshpado onde tudo é possível aos indivíduos de carne e osso graças às maravilhas da virtualidade no mundo real. "As Panteras" pelo menos funciona dentro de seu nicho, algo que definitivamente não ocorre com "As Panteras Detonando", que, de tão ruim, decepcionou até os fãs mais xiitas do trio. McG era diretor de comerciais e videoclipes quando engrenou com "As Panteras", e parece ter se empolgado com o sucesso do projeto ao ponto permitir alçar "vôos mais criativos". O resultado é um videoclipe de quinta categoria com uma hora e meia de duração. Haja saco!

4 - Dungeons and Dragons - É quase inacreditável que alguém do calibre de Jeremy Irons tenha aceitado integrar um projeto tão grotesco em sua essência. Dungeons and Dragons sintetiza o outro extremo do que pode acontecer quando os "conhecimentos secretos" da computação gráfica são concedidos aos despreparados. Se de um lado temos uma geração de bizarrices pseudo-épicas com delírios de grandeza e efeitos especiais de milhões de dólares que mais fazem rir do que outra coisa, do outro, seus primos pobres (e põe pobre nisso) nos deleitam com peças de ginásio mal filmadas e editadas no PC do vizinho. Dungeons and Dragons gera náusea até em jogos de Playstation 2, de tão mal-feito que é. Os personagens são estereótipos de estereótipos. Aliás, o Shorty, de "Todo Mundo em Pânico", faz um bardo blackstyle nesse filme.

5 - Romeu tem que Morrer - Um Filhote de Matrix que nasceu paralítico. Não sei se deveria colocar este filme na lista, pois mal consegui assistí-lo na íntegra e minha memória fez questão de apagar algumas partes - talvez um mecanismo inconsciente de proteção contra traumas cinematográficos. "Romeu tem que Morrer" pertence à mesma categoria de "As Panteras Detonando" em todos os sentidos, e muito do que foi dito sobre uma "pérola" vale para a outra.


6 - O Imperio do Besteirol Contra Ataca - Kevin Smith ganhou nome no cinema com filmes de baixo custo sustentados por roteiros ácidos, sagazes e originais. O sucesso lhe rendeu atenção do mercado e, conseqüentemente, grana para produções onde pudesse ousar sem grilos orçamentários. "O Império do Besteirol Contra-Ataca" deveria celebrar o trabalho do diretor e o legado de seus dois principais personagens Jay e Silent Bob, que integram quase todos os filmes de Smith. Infelizmente, o cara se empolgou com o melado e se lambuzou. Quis juntar todos os atores importantes de seus outros filmes, ressuscitar ídolos de infância esquecidos por Hollywood (leia-se Carrie Fischer e Mark Hammil), abusar de suas fantasias de adolescente tarado na elaboração do roteiro e entremear tudo com uma trama até promissora, mas muito mal desenvolvida. Exagerou nas bobagens e perversões, esquecendo-se do contraponto que as tornava interessantes em trabalhos anteriores: as falas e situações inteligentes. Smith errou feio até com seus Jay e Silent Bob, aqui uma sombra do que sempre foram como personagens.

7 - Bad Boys II - Michael Bay merece uma menção honrosa, pois dirigiu dois dos dez piores filmes expostos nesta lista. Bad Boys (o primeiro) talvez seja o único bom trabalho em que esteve envolvido. Um blockbuster de ação sustentado, entre outras coisas, pela química dos dois personagens principais e pelas situações inusitadas em que eles se envolvem enquanto arriscam a pele entre explosões e frenesi. Eis o segredo do filme, misturar na dose certa a leveza com a porrada, a comédia, o absurdo e os momentos de tensão real. Bad Boys II não faz jus a nada disso. É um filme estúpido desde o começo, narcisista, mórbido, racista e exageradamente escatológico nas falas e situações. A história não faz sentido. Os personagens são insensíveis e grossos ao extremo. Marcus e Mike perderam toda aquela sutileza de caráter que os tornava interessantes e engraçados. Viraram estereótipos "gangsta rap" da pior espécie. O filme, aliás, é um ode à escrotidão, nos personagens, no roteiro e nas mensagens subliminares que emite ao público. Michael Bay aqui nos dá uma aula de como estragar uma franquia de sucesso.

8 - Fomos Heróis - Se pararmos para pensar, notaremos que o título em português deste longa carrega um equívoco, pois seu nome original (We Were Soldiers) está relacionado àquilo que deveria ser a essência do filme, mostrar os combatentes americanos no Vietnã como soldados no cumprimento do dever, em vez de heróis ou assassinos. Se pararmos para pensar um pouco mais, veremos que, em termos práticos, "Fomos Heróis" faz mais jus ao nome brasileiro que ao americano, exatamente por mergulhar de cabeça na onda "pró-guerra politicamente correta supostamente realista" dominante em Hollywood desde "O Resgate do Soldado Ryan". Esta pérola da pieguice está anos luz aquém do trabalho de Spielberg. É repetitiva, abusa da câmera lenta, dramatiza em excesso seus "momentos chave" e exagera na quantidade deles. Erra na dosagem dos ingredientes e é simplista quando relaciona os personagens com as variáveis morais e políticas da guerra. Irônico, aliás, que "Fomos Heróis" seja apontado por muitos veteranos do Vietnã como o filme mais realista já feito sobre esse tema, apesar das pesadas crítica que recebeu, ao contrário de "Apocalypse Now", unanimidade entre cinéfilos, mas não entre ex-combatentes, que o consideram fantasioso e inverossímil. Como estou mais para cinéfilo que para veterano, fico com a complexidade de "Apocalipse Now" e dou uma banana para "Fomos Heróis".

9 - Joanna D´Arc - O grande problema desse filme tem um nome. Milla Jovovich. Tudo bem que Luc Besson também está longe de constar na minha lista de diretores favoritos, mas tivesse ele escolhido uma atriz com o peso que a protagonista pedia, este filme não seria, de longe, o abacaxi que é. De que adianta chamar Dustin Hoffman, John Malkovic e Faye Dunnaway, se o papel principal, da personagem que é a marca do filme, da moça que na idade média inspiraria hordas de brucutus a lutar pela pátria e vencer, cai nas mãos da protegidinha do diretor, do bibelô que ele tá comendo, da songa monga sem um pingo de expressividade que mais parece uma princesa em apuros no meio dos soldados que deveria liderar e inspirar? O peso dos coadjuvantes acaba por ofuscá-la mais, e também à essência do filme, pautada na força de sua personagem chave.

10 - Street Fighter - Não é raro ver os americanos tomando chocolate dos japoneses na hora de adaptar jogos de videogame para as telas do cinema e da TV. Se compararmos a série animada nipônica, ou o longa oriundo desta série com os desenhos Street Fighter americanos ou o filme estrelado por Van Damme, percebemos o quão grande pode ser a diferença de competência entre quem leva a serio o que faz e quem não leva. A série japonesa era maduríssima e rica na elaboração de seus personagens e tramas enquanto o filme e o desenho americano se reduziam a estórias bobas, infantis e personagens superficiais. Para piorar, Street Fighter foi feito antes da era da computação gráfica, o que expôs ainda mais a mediocridade do projeto, que, de tão ruim, toma pau feio do irmão lançado três anos depois, Mortal Kombat.


Menções honrosas, já justificadas, para Os Espartalhões e seus derivados, e também para os Batmans de Joel Schumacher.




3 comments:

Anonymous said...

can you email me: mcbratz-girl@hotmail.co.uk, i have some question wanna ask you.thanks

Anonymous said...

If you could give more detailed information on some, I think it is even more perfect, and I need to obtain more information!
Personalized Signature:金陵热线棋牌游戏中心,名城苏州游戏中心,云南信息港游戏,彭城视窗棋牌游戏中心,江苏互联星空棋牌游戏中心,广西休闲游戏中心,安徽棋牌游戏中心

Anonymous said...

Although from different places, but this perception is consistent, which is relatively rare point!