Friday, September 04, 2009

Catarse do horário nobre



Essa semana o brasil noveleiro pôde outra vez se vingar de Ivone (Letícia Sabatela) pelas mãos de Sílvia (Debora Bloch), na segunda surra que a dita cuja tomou no folhetin. A primeira foi para Melissa (Cristiane Torloni). Sempre que temos uma vilã psicopata ferrando a mocinha em vários capítulos de uma novela, os autores concedem à mocinha e à nós, através dela, o gostinho de uma boa surra catártica. Sim, a mocinha vem, pega a vilã de surpresa (ou não) e SEMPRE ganha a porrada, pois não haveria nada mais teledramaticamente frustrante do que ver a vilã também triunfando na hora do "pega para capar". A mocinha vai lá, arrebenta a fuça dela e podemos curtir a vilã de quatro por alguns minutos. Virou clichê essa coisa da "surra depois da aula", da lição informal, justiceira, complementar e necessária à punição definitiva que será morte ou prisão. Precisamos nos sentir confortáveis com o fato de que, num duelo limpo mano-a-mano, a vilã será sempre a mais fraca, ou seja, de certo modo, reforçamos em nós o fato de, independentemente da vitória ética de um personagem sobre o outro (no caráter e no desfecho do enredo), ela deve ser ratificada no braço, no PAU, como um acerto de contas entre alunas do colégio, para que realmente sintamos a mocinha como "melhor" que a bandida ("ela é melhor mesmo, porque na hora H não apanhou"). Seria interessante ver o contrário, a mocinha chega cheia de marra e, além dos prejuízos na trama, dá à vilã aquele gostinho de "na porrada, não tem pra tu não, viu?" antes dela ir presa ou ser morta nos capítulos finais. Como num certo episódio de corra que a polícia vem aí 1/2



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