Thursday, January 17, 2008

Urubu na área



Há vezes em que sequer precisamos recorrer à mídia para descobrir fatos estranhos, inusitados, incomuns. Tirei uma horinha da tarde de ontem para dar uma caminhada em frente à praia próxima de onde moro, não muito recomendável a banhistas nos tempos atuais, embora um doido ou outro teime em usufruir suas águas turvas. Em meio à calmaria local, eis que avisto um sujeito sem camisa acompanhado de duas aves negras de rapina, que andavam (isso mesmo, "andavam") a seu lado e brincavam como dois cãezinhos de estimação enquanto ele as alimentava com carne crua e falava com ambas. Perguntei-me se os bichos eram mesmo o que imaginei que fossem, cocei a cabeça, olhei de novo, e sim, eu estava diante de dois Urubus dóceis e domesticados. Aproximei-me do dono e indaguei sobre os bichos, cujas asas não haviam sido cortadas, como muitos aqui poderiam imaginar. Foram criados e alimentados desde bebês e passavam a maior parte do dia num viveiro, sendo soltos para "voar por aí" durante a tarde, retornando sempre ao lar por conta própria na parte da noite. Não fui o único a parar o que fazia e observar a amistosa relação do trio: atração imediata naquele pedaço de praia. Confesso também que jamais havia prestado atenção ao som emitido pela espécie até então. "Cadê a máquina fotográfica quando precisamos dela?", pensei. Urubus de estimação podem até ser comuns em outras partes do país ou do mundo, não sei. Por aqui, é coisa rara, ou pelo menos me pareceu, pelo número de curiosos em volta.


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