Thursday, June 25, 2009

Empolgação perigosa - Parte II



Voltando aos assuntos "Copa das Confederações" e "seleção brasileira", ninguém precisa entender muito de bola para saber que o time de Dunga melhorou, e além do esperado. Mesmo os analistas mais críticos vêm tecendo elogios ao selecionado verde e amarelo.

Mas o título "Empolgação Perigosa" não vem à toa. Já vimos a grande zebra yankee desbancando os campeões europeus na semi-final, contando com a velha filosofia de jogar com disciplina em cima do erro adversário. O duelo de manhã com a África do Sul pode até trazer surpresas, mas é muito pouco provável que isso aconteça, já que os Bafana-Bafana não são tão disciplinados taticamente e aproveitadores do vacilo alheio como os norte-americanos. A zebra de hoje talvez contribua para evitar uma amanhã, deixando os pupilos de Dunga de antenas ligadas em sua semi-final.



Minha preocupação é que, até aqui, ganhamos as três partidas do torneio só no primeiro tempo, com o Brasil impondo seu jogo e contruindo o placar. No segundo, o jogo mudou de cara e nossa seleção não soube manter a eficiência anterior. Foi assim contra o Egito, quando fizemos três gols na etapa inicial e tomamos o empate em função de alterações feitas pelo treinador adversário na etapa seguinte. Saímos atabalhoados atrás da vitória, que até veio, porém menos em função de uma mudança estratégica de Dunga e mais pela insistência desordenada de nossos atletas, meio perdidos em campo. Contra EUA e Itália, história parecida, matamos o jogo nos quarenta e cinco minutos iniciais e seguramos as pontas nos finais, quando o treinador adversário mudou a cara da partida. No caso dos EUA, ajudou-nos a expulsão do jogador Kljestan quando começavam a ter as rédeas do jogo.

Resumindo. Dunga já tem na mão um time, mas não um plano B para quando o A não funcionar ou para quando estivermos em desvantagem. O máximo que nosso técnico fez ou faz é colocar mais um atacante no lugar de Robinho, ou de um volante, ou um volante no lugar de um meia ou atacante quando se precisa de mais marcação. Sem estratégia, só em cima do óbvio. Lembremos que um dos motivos da derrota de 2006 foi a ausência de um plano B, entre outros fatores. Jogo muda de cara e treinador precisa ter cartas na manga.

Quanto à derrota da Espanha, coisas do futebol. Talvez o grupo mole da primeira fase tenha os tornado reféns do típico susto que acomete os favoritos quando estão tendo um caminho até então tranqüilo. Tivessem transposto a situação (lembremos França e Paraguai em 98 e Brasil e Bélgica em 2002) voltariam melhores e mais "cascudos" para a final. Não aconteceu. Insistiram em repetir jogadas, tiveram pouca sorte (ela sempre atrapalha nessas horas) e pegaram um adversário pouco criativo, mas que sabe complicar um jogo e manter o sangue frio. Mas os pupilos de Joel não estão nesse mesmo nível. Se empatarem ou vencerem amanhã serão, sem dúvida, a grande zebra do campeonato, bem maior que a dos Yankees.


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