Saturday, June 27, 2009

Copa das Confederações - Parte III



Cá iniciamos o terceiro post sobre a Copa das Confederações

Não dá para negar que a África do Sul de Joel Santana fez um jogo surpreendente. Meio retrancada, é verdade, postura que o selecionado de Dunga ainda não aprendeu a combater, e que certamente encontrará na copa do mundo com regularidade. Falta de armadores atrás é um problêma crônico com o qual nosso treinador terá de conviver, e que será cada vez mais explorado pelos adversários. Se não conseguimos as roubadas de bola e os contra-ataques que viararam marca registrada desse grupo, há problemas na criação de jogadas, na "descontrsução da defesa adversária" já montada, coisa que foi o ponto forte do Brasil em muitas ocasiões, como em 82, por exemplo, quando tínhamos grande qualidade de passe com volantes, laterais e meias.

Esse Brasil do futebol moderno é rápido, defende, rouba bola, "morde", mas precisa muito do espaço aberto para funcionar com seus passes curtos e triangulações. Se a característica da partida desfavorece esse tipo de jogo, temos problemas crônicos com a criação. A África do Sul não é exatamente um grande time. Jogou em função do primeiro gol, como tantas zebras fazem contra adversários mais fortes. Se toma o primeiro gol, tem pouquíssimas condições de reação e a tendência é tomar um chocolate, como provavelmente aconteceria se nosso primeiro gol viesse mais cedo. Não tinham muita escolha, claro, mas Dunga precisa pensar seriamente em convocar jogadores com características diferentes para as próximas competições ou fica sem condição de mudar a cara de uma partida difícil. Daniel Alves do lado esquerdo foi ousado, e funcionou. Achei essa partida a cara dele, mas nunca o imaginei no lugar de André Santos.

O que para mim fica constatado sobre a seleção brasileira nessa Copa das Confederações, é que, apesar de ser um time competitivo, forte, determinado, que treina fundamentos como não quis fazer em 2006, tem limitações flagrantes, principalmente da parte de volantes e laterais, e terá de conviver com essas limitações. Ronaldinho Gaúcho não poderá ficar fora dos 22 da copa do mundo, porque é um jogador criativo, e esse time precisa de criatividade e gente que "horizontalize" o jogo. O Brasil de Dunga tem muito do que os "Brasis" clássicos não tinham (contra-ataque eficiente, treino exaustivo de jogada de bola parada, marcação e recomposição rápida, velocidade, goleiro milagreiro...) mas carece um pouco no que esses sempre ostentaram (craques e cobradores de falta a dar e vender, bons armadores, passe longo, capacidade de cadenciar o jogo e realizar inversões constantes, ótimos laterais, centro-avantes matadores.).


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